segunda-feira, 1 de julho de 2013

Tudo que é sólido se desmancha no ar

O mês de junho ficará marcado pelo tombo do prepotente.

 Até há poucas semanas, integrantes do governo insistiam que o País vivia um ciclo virtuoso. Eram cegos para o baixo crescimento econômico, a volta da inflação, e os péssimos serviços públicos oferecidos à população.
- Como “prova” de que fazia um bom governo, o PT sempre esfregava seus ótimos índices de popularidade no rosto de quem se opunha. Alegavam que apenas uma minoria retrógrada não aprovava a maneira petista de administrar.
- Confundiam, portanto, aplauso com competência.
- Mas e agora que a aprovação de Dilma Rousseff simplesmente despencou em três semanas? De 57% para 30%, de acordo com o Datafolha. Como explicar que o índice dos que consideram a atuação da presidente péssima ou ruim triplicou – de 8% para 25%?
- Efeito dos protestos? Pode ser. Mas os protestos podem ter sido apenas o sintoma de que algo não anda bem.
- De acordo com a pesquisa, a aprovação de Dilma caiu em todos os extratos de renda, escolaridade e idade. Entre aqueles com renda superior a 10 salários mínimos, apenas 21% consideram o governo ótimo ou bom. Só 24% dos jovens entre 16 e 24 anos “curtem” a presidente.
· Confiram os números do Datafolha: http://migre.me/fgsmi

- O PT, que já discutia um substituto de Dilma Rousseff para 2018, vê as eleições de 2014 escaparem de suas mãos. Em um cenário provável, segundo pesquisa divulgada pela Folha de S. Paulo no domingo, a atual presidente teria 30%, a ex-senadora Marina Silva sairia com 23%, o senador Aécio Neves obteria 17% e o governador Eduardo Campos, 7%. Em março a atual presidente vencia fácil com 56% dos votos.
- Como constatou o jornalista Fernando Rodrigues, da Folha, quando se faz um recorte na taxa de intenção de voto de Dilma Rousseff para presidente, nota-se que a presidente se sustenta com base em eleitores do Nordeste, mais velhos, menos instruídos e os que vivem no interior.
· Veja: http://migre.me/fgtdf

- O governo tem muito tempo para se recuperar até as próximas eleições. Em 2005, o ex-presidente Lula vivia uma crise tão ou mais grave do que a atual, o escândalo do mensalão, e foi reeleito.
- Mas a diferença é que a partir de 2005, Lula começou a colher um longo período de avanços na economia.
- Por outro lado, com um modelo econômico baseado no consumo da população esgotado, Dilma não parece ter nada a entregar além da esdrúxula e ultraoportunista proposta de plebiscito para a reforma política.
· Reforma política é urgente, fundamental e todo mundo quer, mas não vai deixar os preços de construção dos estádios mais baratos e nem irá fazer aparecer as obras de mobilidade prometidas para tornar o transporte público menos caótico, uma das causas das manifestações.

- Um governo com baixa popularidade não é necessariamente ruim, assim como um governo com alta popularidade não é definitivamente bom. Se necessário, estadistas costumam tomar medidas impopulares quando está em jogo o futuro de um país.
– Mas como até há um mês os próprios petistas consideravam esse tipo de raciocínio acima uma heresia, agora terão que aguentar as consequências. Pela própria ótica ilusionista do PT, o fim dos aplausos, necessariamente, significa má administração.
Fonte: Assessoria de Comunicação