sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Luiz de Deus critica o nível do debate sobre o programa "Mais Médicos" e diz que as promessas do governo federal são ficcionais

O deputado federal Luiz de Deus (DEM/BA) participou hoje, 14 de agosto, de uma audiência na Comissão de Seguridade Social e Família, que contou com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha. 
O parlamentar baiano voltou a afirmar que não está certo de que faltam médicos no país e questionou o ministro sobre a previsão do governo de formar 11.500 novos médicos nos próximos anos. A audiência foi solicitada pelos deputados Mandetta (Democratas) e Eleuses Paiva (PSDB), com o objetivo de o ministro prestar esclarecimentos sobre a implementação do programa Mais Médicos.
Ironizando a publicidade do Governo Federal sobre o programa, Luiz de Deus disse ao ministro que se trata de uma peça de ficção, pois as promessas feitas são irrealizáveis nos prazos apresentados pelo Ministério da Saúde. O parlamentar questionou o número de médicos que o governo diz que vai formar nos próximos anos e afirmou que não há como formar médicos sem hospitais universitários.
“O ministério diz que vai criar 35 novas faculdades de medicina no nordeste, enquanto que no Brasil inteiro vai construir apenas 14 hospitais universitários. Como vão formar médicos sem hospitais para vivenciar a prática da profissão? Como o médico vai diagnosticar uma hanseníase, um tétano, sem nunca ter visto?”, perguntou Luiz de Deus.
O deputado também rebateu as comparações feitas por outros participantes da audiência e lembrou que, há pouco tempo, a Suécia e Noruega, países com altos índices de desenvolvimento humano, tinham cerca de 3 médicos por mil habitantes, exatamente o mesmo número que o estado do Rio de Janeiro. “Não temos como comparar países da Europa com o Brasil em extensão e população!”, contestou.
Luiz de Deus concluiu a sua fala na audiência reafirmando que o que falta à maioria dos pequenos municípios brasileiros para conseguir fixar os profissionais de saúde é condição de habitação e melhores salários. “Eu conheço o interior deste país como nenhum dos senhores. A maioria esmagadora dos municípios que não tem médicos são aqueles com menos de 30 mil habitantes. Dêem melhores condições que não faltará médico em nenhum desses municípios”, afirmou convicto.