terça-feira, 20 de agosto de 2013

Maviael Cavalcanti: "Falta coragem aos deputados estaduais."

Deputado é autor da polêmica PEC que propõe o voto aberto na Alepe para quase todas as votações

O deputado estadual Maviael Cavalcanti (Democratas) foi direto ao afirmar, em entrevista à Rádio Folha 96,7 FM, nesta terça-feira (20), que falta coragem a maioria dos deputados estaduais para enfrentar uma suposta pressão do governador do Estado, Eduardo Campos (PSB), e do presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Guilherme Uchoa (PDT).
“Infelizmente, alguns deputados, mesmo discordando da pauta, optam por votar com o governo”, disse o deputado, que é autor da polêmica PEC 03, que propõe o voto aberto para quase todas as votações na casa, exceto para eleição da Mesa Diretora, cassação de mandato e escolha para membro do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Na última semana, em meio à discussão na Alepe, Maviael retirou a PEC de pauta. “Retirei de pauta porque não tinha um número suficiente de deputados no plenário e senti que a matéria seria derrotada. Daqui a uma semana eu quero resolver essa situação, agora não posso garantir se vai ser aprovada ou não”, justificou o parlamentar.
A discussão ficou ainda mais tensa na Assembleia depois que o também deputado Silvio Costa Filho (PTB) propôs outra PEC, a 04, que torna todas as votações da Casa aberta. “Tem muito deputado que quer se aproveitar da onda de manifestações e propor absurdos. Se você observar direito quase todas as votações hoje na Assembleia são abertas. Agora é preciso entender a importância de fechar uma votação quando se trata de assuntos que podem gerar uma pressão e até uma retaliação ao político”, justificou.
Na sua avaliação, se o voto não for secreto para os itens defendidos por Maviael, quem votar contra o governo sofrerá pressão. “No veto do governador, por exemplo, se for votação aberta dificilmente o parlamentar votará contra o governo. Teme sofrer pressão do executivo. O voto secreto é essencial em determinado ponto”, disse o democrata.
Maviael também criticou a interferência do Governo do Estado na indicação do representante da Alepe para o TCE. “Pela lei, o Poder Executivo indica um e o Legislativo outro, mas na prática é tudo indicação do Executivo e como a votação é aberta ninguém vota conta. Se o plenário tivesse uma maior liberdade nem todos os nomes indicados pelo governador seria aprovado”, complementou.
REELEIÇÃO
Maviael Cavalcanti também se mostrou completamente contra a reeleição para presidência da Alepe. “Isso é péssimo para casa. Eu sempre votei contra. Na época de Romário Dias, que é um amigo quase irmão, eu disse para ele que não concordava e que votaria contra. Fiz o mesmo com Guilherme Uchoa. Votei contra e voto contra”, finalizou.

Fonte: Blog da Folha